Fomos criados para sermos homens e mulheres de fibra. Para engolir a dor, evitar o que nos faz sofrer e chorar. E assim passamos por cima dos nossos sentimentos e das nossas partes mais sensíveis, porque um dia nos rotularam como "autossuficientes". O pior é que compramos este rótulo por um preço barato, porque ele abafa nossas carências e para toda uma sociedade é vendido como ser firme e forte.
Quantas vezes em casa, com os pais, marido e até mesmo com os amigos escutamos "ela se cuida muito bem sozinha" ou ainda "ela não precisa de elogios, ela sabe que é boa". Mas aí é que está. Será que sabe mesmo? Será que um elogio dói? Será que o que ela precisa ouvir é justamente isso que está na sua cabeça mas você não fala? Será que ela só quer ser escutada?
E quanto a quem passa por isso, porque não falar que está doendo? Será que o tempo realmente vai curar? Será que não devemos compartilhar com nossos pais, amigos e amores que você está precisando de um ombro amigo?
Dialogar, falar, se comunicar, ouvir. Essa é a essência básica de qualquer relacionamento. É nessa troca de energias, palavras, sentimentos, lágrimas e sorrisos que criamos empatia e o sentimento do amor ao próximo. Na maioria das vezes não temos a solução para os problemas do outro, mas sentar e escutar já é um bom começo. Levar essa reflexão ao nosso interior reestrutura e fortalece vínculos, estreita os laços com aqueles aos quais nos escolhemos para estar ao nosso lado.